Nota de Imprensa
Gigante de 24 braços irá investigar as fases iniciais da vida das galáxias
Instrumento KMOS instalado no Very Large Telescope do ESO
12 de Dezembro de 2012
Um novo instrumento chamado KMOS acaba de ser testado com sucesso no Very Large Telescope do ESO, no Observatório do Paranal, no Chile. O KMOS é único na medida em que poderá observar no infravermelho, não apenas um, mas 24 objetos ao mesmo tempo e estudar a estrutura de cada um deles simultaneamente. Fornecerá dados indispensáveis para compreender como é que as galáxias cresceram e evoluíram no Universo primordial - e isto muito mais rapidamente do que o que tem sido possível até agora. O KMOS foi construído por um consórcio de universidades e institutos do Reino Unido e Alemanha em colaboração com o ESO.
O espectrógrafo multi-objeto na banda K (KMOS, do inglês K-band Multi-Object Spectrograph), montado no Telescópio 1 do Very Large Telescope (VLT), situado no Observatório do Paranal do ESO, no Chile, teve a sua primeira luz. Durante o período de quatro meses, que decorreu desde agosto até agora, o enorme instrumento foi enviado da Europa para o Chile, montado, testado e instalado, depois de meses de cuidadoso planeamento. Foi o culminar de muitos anos de conceção e construção por equipas no Reino Unido, Alemanha e ESO. O KMOS é o segundo instrumento de segunda geração a ser instalado no VLT do ESO (o primeiro foi o X-shooter, ver eso0920).
"O KMOS trará uma nova capacidade à série de instrumentos do VLT do ESO. O seu sucesso inicial é um tributo à dedicação de uma vasta equipa de engenheiros e cientistas. A equipa aguarda com expectativa as muitas descobertas cientificas futuras obtidas com o KMOS, assim que a entrega do instrumento esteja terminada," diz Ray Sharples (Universidade de Durham, Reino Unido), co-investigador principal do KMOS.
Para estudar as galáxias nas suas fases iniciais, os astrónomos precisam de três coisas: observar no infravermelho [1], observar muitos objetos ao mesmo tempo e, para cada um deles, mapear como é que as propriedades variam de região para região [2]. O KMOS pode fazer todas estas coisas ao mesmo tempo. Até agora, os astrónomos podiam, ou observar muitos objetos de uma vez só, ou mapear um único objeto com todo o detalhe. Um rastreio detalhado a uma grande amostra de objetos poderia demorar anos. Agora, com o KMOS, ao mapear as propriedades de muitos objetos simultaneamente, tais rastreios podem ser feitos numa questão de meses.
O KMOS tem braços robóticos que podem ser posicionados independentemente, no local certo para capturar a radiação emitida por 24 galáxias distantes em simultâneo. Cada braço coloca, por sua vez, uma grelha de 14 por 14 pixels em cima do objeto e cada um destes 196 pontos colecta radiação de diferentes partes da galáxia. Essa radiação é separada nas suas componentes coloridas, dando assim origem a um espectro. Estes sinais ténues são depois gravados por detectores infravermelhos muito sensíveis. Este instrumento extraordinariamente complexo tem mais de um milhar de superfícies ópticas, que tiveram que ser construídas com alta precisão e depois cuidadosamente alinhadas.
"Lembro-me como, há oito anos atrás quando o projeto começou, me sentia céptico devido à complexidade do KMOS. Mas hoje, estamos a observar e o instrumento está a ter um desempenho maravilhoso," diz Jeff Pirard, o membro do ESO responsável pelo instrumento. "Mais ainda, foi um verdadeiro prazer trabalhar juntamente com a equipa KMOS. São pessoas muito profissionais e foi óptimo trabalharmos juntos."
O KMOS foi concebido e construído por um consórcio de institutos que trabalharam em parceria com o ESO. São eles: Centre for Advanced Instrumentation, Department of Physics, Durham University, Durham, Reino Unido, Universitätssternwarte München, München, Alemanha, the Science and Technology Facilities Council's UK Astronomy Technology Centre, Royal Observatory, Edinburgh, Reino Unido, Max-Planck-Institut für Extraterrestrische Physik, Garching, Alemanha, Sub-Department of Astrophysics, University of Oxford, Oxford, Reino Unido.
"Estou muito excitado com as oportunidades fantásticas que o KMOS nos dará no estudo de galáxias distantes. A possibilidade de observar 24 galáxias em simultâneo permitir-nos-á construir amostras de galáxias de um tamanho e qualidade sem precedentes. A colaboração entre todos os parceiros e o ESO não podia ter sido melhor e agradeço a todos os que contribuíram para a construção do KMOS," conclui Ralf Bender (Universitätssternwarte München, Alemanha), co-investigador principal.
Notas
[1] A expansão do Universo desloca a luz para comprimentos de onda maiores, o que significa que muita da radiação emitida por galáxias distantes está deslocada dos comprimentos de onda visíveis para os maiores comprimentos de onda do infravermelho. Os instrumentos no infravermelho são, por isso, vitais no estudo da evolução de galáxias.
[2] Esta técnica, conhecida como espectroscopia de campo integral, permite aos astrónomos estudar simultaneamente as propriedades de diferentes partes de um objeto como uma galáxia, para ver como é que este está a rodar e medir a sua massa. Permite também determinar a composição química e outras propriedades físicas em diferentes partes do objeto.
Informações adicionais
O ano de 2012 marca o quinquagésimo aniversário da fundação do Observatório Europeu do Sul (ESO). O ESO é a mais importante organização europeia intergovernamental para a investigação em astronomia e é o observatório astronómico mais produtivo do mundo. O ESO é financiado por 15 países: Alemanha, Áustria, Bélgica, Brasil, Dinamarca, Espanha, Finlândia, França, Holanda, Itália, Portugal, Reino Unido, República Checa, Suécia e Suíça. O ESO destaca-se por levar a cabo um programa de trabalhos ambicioso, focado na concepção, construção e funcionamento de observatórios astronómicos terrestres de ponta, que possibilitam aos astrónomos importantes descobertas científicas. O ESO também tem um papel importante na promoção e organização de cooperação na investigação astronómica. O ESO mantém em funcionamento três observatórios de ponta, no Chile: La Silla, Paranal e Chajnantor. No Paranal, o ESO opera o Very Large Telescope, o observatório astronómico óptico mais avançado do mundo e dois telescópios de rastreio. O VISTA, o maior telescópio de rastreio do mundo que trabalha no infravermelho e o VLT Survey Telescope, o maior telescópio concebido exclusivamente para mapear os céus no visível. O ESO é o parceiro europeu do revolucionário telescópio ALMA, o maior projeto astronómico que existe atualmente. O ESO encontra-se a planear o European Extremely Large Telescope, E-ELT, um telescópio de 39 metros que observará na banda do visível e próximo infravermelho. O E-ELT será “o maior olho no céu do mundo”.
Links
- A instrumentação do VLT
- Fotografias do VLT
- Informação sobre o KMOS na Universidade de Durham
- Informação sobre o KMOS na USM
- As páginas científicas do KMOS no ESO
Contactos
Ray Sharples
University of Durham
Durham, UK
Tel: +44 191 334 3719
Email: r.m.sharples@durham.ac.uk
Ralf Bender
Universitäts-Sternwarte München and Max-Planck-Institut für Extraterrestrische Physik
Munich, Germany
Tel: +49 89 2180 5999
Email: bender@usm.lmu.de
Suzanne Ramsay
ESO
Garching bei München, Germany
Tel: +49 89 3200 6665
Email: sramsay@eso.org
Richard Hook
ESO, La Silla, Paranal, E-ELT & Survey Telescopes Press Officer
Garching bei München, Germany
Tel: +49 89 3200 6655
Telm: +49 151 1537 3591
Email: rhook@eso.org
Margarida Serote (Contacto de imprensa em Portugal)
Rede de Divulgação Científica do ESO
e Instituto de Astrofísica e Ciências do Espaço,
Tel: +351 964951692
Email: eson-portugal@eso.org
Sobre a Nota de Imprensa
Nº da Notícia: | eso1251pt |
Nome: | First Light, KMOS |
Tipo: | Unspecified : Technology : Observatory : Instrument |
Facility: | Very Large Telescope |
Our use of Cookies
We use cookies that are essential for accessing our websites and using our services. We also use cookies to analyse, measure and improve our websites’ performance, to enable content sharing via social media and to display media content hosted on third-party platforms.
ESO Cookies Policy
The European Organisation for Astronomical Research in the Southern Hemisphere (ESO) is the pre-eminent intergovernmental science and technology organisation in astronomy. It carries out an ambitious programme focused on the design, construction and operation of powerful ground-based observing facilities for astronomy.
This Cookies Policy is intended to provide clarity by outlining the cookies used on the ESO public websites, their functions, the options you have for controlling them, and the ways you can contact us for additional details.
What are cookies?
Cookies are small pieces of data stored on your device by websites you visit. They serve various purposes, such as remembering login credentials and preferences and enhance your browsing experience.
Categories of cookies we use
Essential cookies (always active): These cookies are strictly necessary for the proper functioning of our website. Without these cookies, the website cannot operate correctly, and certain services, such as logging in or accessing secure areas, may not be available; because they are essential for the website’s operation, they cannot be disabled.
Functional Cookies: These cookies enhance your browsing experience by enabling additional features and personalization, such as remembering your preferences and settings. While not strictly necessary for the website to function, they improve usability and convenience; these cookies are only placed if you provide your consent.
Analytics cookies: These cookies collect information about how visitors interact with our website, such as which pages are visited most often and how users navigate the site. This data helps us improve website performance, optimize content, and enhance the user experience; these cookies are only placed if you provide your consent. We use the following analytics cookies.
Matomo Cookies:
This website uses Matomo (formerly Piwik), an open source software which enables the statistical analysis of website visits. Matomo uses cookies (text files) which are saved on your computer and which allow us to analyze how you use our website. The website user information generated by the cookies will only be saved on the servers of our IT Department. We use this information to analyze www.eso.org visits and to prepare reports on website activities. These data will not be disclosed to third parties.
On behalf of ESO, Matomo will use this information for the purpose of evaluating your use of the website, compiling reports on website activity and providing other services relating to website activity and internet usage.
Matomo cookies settings:
Additional Third-party cookies on ESO websites: some of our pages display content from external providers, e.g. YouTube.
Such third-party services are outside of ESO control and may, at any time, change their terms of service, use of cookies, etc.
YouTube: Some videos on the ESO website are embedded from ESO’s official YouTube channel. We have enabled YouTube’s privacy-enhanced mode, meaning that no cookies are set unless the user actively clicks on the video to play it. Additionally, in this mode, YouTube does not store any personally identifiable cookie data for embedded video playbacks. For more details, please refer to YouTube’s embedding videos information page.
Cookies can also be classified based on the following elements.
Regarding the domain, there are:
- First-party cookies, set by the website you are currently visiting. They are stored by the same domain that you are browsing and are used to enhance your experience on that site;
- Third-party cookies, set by a domain other than the one you are currently visiting.
As for their duration, cookies can be:
- Browser-session cookies, which are deleted when the user closes the browser;
- Stored cookies, which stay on the user's device for a predetermined period of time.
How to manage cookies
Cookie settings: You can modify your cookie choices for the ESO webpages at any time by clicking on the link Cookie settings at the bottom of any page.
In your browser: If you wish to delete cookies or instruct your browser to delete or block cookies by default, please visit the help pages of your browser:
Please be aware that if you delete or decline cookies, certain functionalities of our website may be not be available and your browsing experience may be affected.
You can set most browsers to prevent any cookies being placed on your device, but you may then have to manually adjust some preferences every time you visit a site/page. And some services and functionalities may not work properly at all (e.g. profile logging-in, shop check out).
Updates to the ESO Cookies Policy
The ESO Cookies Policy may be subject to future updates, which will be made available on this page.
Additional information
For any queries related to cookies, please contact: pdprATesoDOTorg.
As ESO public webpages are managed by our Department of Communication, your questions will be dealt with the support of the said Department.