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Sobre o crescente número de constelações de satélites

7 de Junho de 2019

Várias iniciativas em todo o mundo estão a desenvolver constelações de satélites para serem colocadas em órbitas terrestres relativamente baixas, com o objetivo de fornecer serviços de comunicação, particularmente em regiões pouco servidas por outros meios. A atenção recente sobre este assunto por parte do público e dos meios de comunicação social apontou para os possíveis impactos na astronomia destas constelações, que podem eventualmente atingir números da ordem das dezenas de milhares de satélites individuais.

Os 16 Estados Membros do ESO, assim como outros Estados e organizações mundiais, investem substancialmente na construção e operação de infraestruturas colocadas no solo para levar a cabo investigação científica fundamental que faça avançar o conhecimento da Humanidade. As excelentes condições do céu necessárias para o desempenho ideal destas infraestruturas pode ficar comprometido pela passagem de satélites brilhantes no campo de visão dos telescópios. O ESO está a considerar estratégias de observação que minimizem o impacto destas constelações nas observações astronómicas.

O ESO concorda com as declarações feitas pela União Astronómica Internacional e apoia as organizações que consultam especialistas da comunidade astronómica na altura de desenharem as constelações de satélites a serem colocadas em órbitas terrestres baixas, podendo por isso interferir com observações astronómicas. O ESO debateu este assunto no seu órgão governativo, o Conselho de Estados Membros, e está preparado para colaborar com agências nacionais e internacionais relevantes, de modo a estudar e mitigar os impactos. O ESO apoia o desenvolvimento de estruturas regulatórias que garantam em última instância a co-existência harmoniosa de avanços tecnológicos altamente promissores em órbitas baixas da Terra com as condições que permitam que a Humanidade continue a sua observação e estudo do Universo.