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O ALMA explora o Universo magnético

As primeiras observações totalmente polarizadas do ALMA demonstram a sua capacidade para a polarimetria

19 de Julho de 2016

Observações recentes confirmaram que a excelente sensibilidade e precisão na calibração do ALMA, o tornam num instrumento de vanguarda para a realização de medições polarimétricas nos comprimentos de onda do milímetro.

Apesar do ALMA (Atacama Large Millimeter/submillimeter Array) já estar em operação desde 2011, continuam a ser realizadas observações para verificar aspectos chave do seu desempenho. O ALMA foi concebido para realizar polarimetria sensível — medir a polarização de ondas rádio revela propriedades dos campos magnéticos — e os astrónomos relataram recentemente as primeiras observações de polarização total obtidas com o ALMA, confirmando assim que o instrumento está perfeitamente adaptado a esta tarefa.

Para a realização destes testes, os astrónomos observaram a fonte brilhante 3C 286, um quasar situado a cerca de 7,3 mil milhões de anos-luz de distância. O 3C 286 é uma fonte de ondas rádio muito potente, que tem sido observada por muitos telescópios. Sabe-se que a emissão rádio deste objeto se encontra fortemente polarizada, o que o torna no candidato ideal para testar as capacidades do ALMA nesta área. As observações ALMA revelaram detalhes nunca antes observados, mostrando claramente que o campo magnético é mais forte e mais ordenado em direção à região interna do jacto que emerge do quasar. Este facto ajuda os investigadores a perceber melhor a estrutura do campo magnético no coração do quasar, fornecendo pistas vitais sobre os processos físicos que dão origem à emissão rádio.

“Estas observações provaram claramente a capacidade do ALMA em polarimetria,” disse Hiroshi Nagai do Observatório Astronómico Nacional do Japão e líder da equipa de verificação. “Este é um marco importante no projeto ALMA.”

Os campos magnéticos revelam-se importantes em muitas situações cósmicas, mas são difíceis de medir. A polarimetria é um dos poucos métodos capaz de revelar detalhes dos campos magnéticos. No entanto, a componente polarizada das ondas rádio — a parte medida pela polarimetria —pode ser apenas uma pequena percentagem do fluxo rádio total emitido por um objeto, e portanto uma alta sensibilidade é essencial para levar a cabo polarimetria de precisão. O ALMA tem a sensibilidade necessária para fazer estas observações polarimétricas cruciais, como confirmou este estudo recente.

Mais informações

Estes resultados foram publicados na revista da especialidade Astrophysical Journal a 20 de junho de 2016, num artigo intitulado “ALMA Science Verification Data: Millimeter Continuum Polarimetry of the Bright Radio Quasar 3C 286” de H. Nagai et al.

A equipa é composta por H. Nagai (Observatório Astronómico Nacional do Japão, Tóquio, Japão), K. Nakanishi (Observatório Astronómico Nacional do Japão, Tóquio, Japão; Universidade de Estudos Avançados, Tóquio, Japão; Observatório ALMA, Santiago, Chile), R. Paladino (INAF-Osservatorio di Radioastronomia, Bologna, Itália), C.L.H. Hull (Harvard-Smithsonian Center for Astrophysics, Cambridge, Massachusetts, EUA; Jansky Fellow of the National Radio Astronomy Observatory), P. Cortes (Observatório ALMA, Santiago, Chile; National Radio Astronomy Observatory, Charlottesville, Virginia, EUA), G. Moellenbrock (National Radio Astronomy Observatory, Socorro, New Mexico, EUA), E. Fomalont (Observatório ALMA, Santiago, Chile; National Radio Astronomy Observatory, Charlottesville, Virginia, EUA), K. Asada (Academia Sinica do Instituto de Astronomia e Astrofísica, Taipei, Ilha Formosa) e K. Hada (Observatório Astronómico Nacional do Japão, Tóquio, Japão).

O Atacama Large Millimeter/submillimeter Array (ALMA), uma infraestrutura astronómica internacional, é uma parceria entre o ESO, a Fundação Nacional para a Ciência dos Estados Unidos (NSF) e os Institutos Nacionais de Ciências da Natureza (NINS) do Japão, em cooperação com a República do Chile. O ALMA é financiado pelo ESO em prol dos seus Estados Membros, pela NSF em cooperação com o Conselho de Investigação Nacional do Canadá (NRC) e do Conselho Nacional Científico da Ilha Formosa (NSC) e pelo NINS em cooperação com a Academia Sinica (AS) da Ilha Formosa e o Instituto de Astronomia e Ciências do Espaço da Coreia (KASI).

A construção e operação do ALMA é coordenada pelo ESO, em prol dos seus Estados Membros; pelo Observatório Nacional de Rádio Astronomia dos Estados Unidos (NRAO), que é gerido pela Associação de Universidades, Inc. (AUI), em prol da América do Norte e pelo Observatório Astronómico Nacional do Japão (NAOJ), em prol do Leste Asiático. O Observatório ALMA (JAO) fornece uma liderança e direção unificadas na construção, gestão e operação do ALMA.

Contactos

Hiroshi Nagai
National Astronomical Observatory of Japan
Osawa 2-21-1
Mitaka, Tóquio, Japão
Email: hiroshi.nagai@nao.ac.jp

Peter Grimley
ESO Assistant Public Information Officer
Garching bei München, Alemanha
Email: pgrimley@partner.eso.org

Sobre o anúncio

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Imagens

O ALMA ao pôr do Sol
O ALMA ao pôr do Sol
O quasar 3C 286 observado pelo ALMA
O quasar 3C 286 observado pelo ALMA